segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Praticamente uma tradução de mim...

"Bem que eu queria dormir, mas a culpa chamou-me a noite inteira. Eu preferia fugir, mas a morte arranhava a minha porta. Devia esquecer o amor, mas esse não desiste de mim: me agarra, me devora e me vomita no alto da sacada. (Cada vez que acordo, perdi um novo pedaço: ouço os cacos rolando o tempo todo na escada.) "
Lya Luft

Um comentário:

Mar disse...

M. Eugênia,
É um texto carregado de cores fortes: culpa, fuga, morte, esquecer, devora, pedaço, cacos... Estive analisando por alguns minutos, por não conhecê-lo e por crer que todas essas cores giram em torno do amor, citado uma vez, e provavelmente indevido. Lya Luft é uma escritora assim, intensa. Não serão poucas, as vezes que o amor faz isso com os mortais que se metem em seu mundo. Arrastados no vendaval repentino, resta-nos a grande arte de fechar os olhos... e torcer!
Um abraço
Marcelo Bandeira